XVI Conferência Regional Latino-Americana da UITA
Presentes na XVI Conferência Regional Latino-Americana, organizada pela União Internacional dos Trabalhadores da Alimentação (UITA), os presidentes do Sindibeb- Alberto Evangelista e da Fatiaba - Dácio Angelo, estão tendo a oportunidade para debater entres os dias 8, 9 e 10/05, em São Paulo, as dificuldades que o movimento sindical do ramo de bebidas, continua enfrentando para se organizar na América Latina.
Os relatos dos companheiros e companheiras da Argentina, Guatemala, Uruguai, Honduras, Costa Rica, Panamá, El Salvador, Peru e Mexico, presentes a XVI Conferência Regional Latino-americana da UITA, dão conta do papel negativo e antissocial desenvolvido pela Coca-Cola, través da FENSA, empresa que assim como no Brasil, produz Coca-Cola também no México, Colômbia, Venezuela, Argentina e América Central.
Utilizando a FENSA como cortina de fumaça para ampliar a política de exploração ao trabalhador, na América Central, a Coca-Cola, continua adotando estratégias, que tem como objetivo, impedir a atuação do movimento sindical e assim, elevar seus lucros em detrimento, ampliando a desigualdade social.
Para o presidente do Sindibeb/BA, Alberto Evangelista, que em 2011 e 2015, esteve em Mar del Plata/Argentina e Córdoba/Nicarágua, participando da construção da luta pela liberdade de atuação do movimento sindical dos Trabalhadores da Indústria de Bebidas na América Central, é preciso ampliar o leque de ações, contra o poderio econômico e explorador da Coca-Cola.
No Brasil, para que o movimento sindical pudesse continuar defendendo a classe operária, foi necessário resistir aos 21 anos de ditadura, imposta pelo golpe militar (1964 - 1985), e mais recentemente, as tentativas do governo golpista de Michel Temer (2016-2017) e do governo de ultra direita e genocida de Jair Bolsonaro (2018-2022), de acabar com as entidades sindicais.
Felizmente não mais existe no país, um clima propício para a prática da violência e da tortura, que foi marca presente nos anos de chumbo da ditadura militar no Brasil. Por isso, o Governo de Jair Bolsonaro, utilizando-se de Medidas Provisórias como a (MP) no 873/2019, tentou proibir o desconto das mensalidades dos sindicalizados nas folhas de pagamento. Para assim, asfixiar o movimento sindical e acabar com a luta por direitos sociais e trabalhistas.
A política de exploração ao trabalhador, é arraigada em todos as estruturas da Coca-Cola, que mesmo frente a atuação do movimento sindical brasileiro, as conquistas sociais e econômicas, que fazem parte dos acordo coletivos de trabalho, ainda não atendem em sua totalidade, às necessidades do trabalhador.
A exemplo da FENSA, o grupo Solar/BR, segundo maior engarrafador de Coca-Cola no país, que tem suas operações nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil. Em setembro de 2022, liderava o mercado de refrigerantes gaseificados (68% de participação de mercado), chás gelados (76%) e sucos (41%), além de contar com presença considerável em água (31%).
Na contra mão dos seus altos lucros, na Bahia, a maioria dos seus trabalhadores, recebem salário próximo ao salário mínimo estabelecido pelo governo. Porque não dizer , “Salário de lanchonete “. Isso mostra que a soma da política mundial de exploração social da Coca-Cola, mais a ganância do capitalismo selvagem brasileiro, produzem resultados devastadores.
Produzem baixos salários, excesso de jornada, trabalhador lesionado, exclusão social, sobretudo, no momento em a empresa concede ao trabalhador que ganha salário mais baixo, plano de saúde inferior ao do funcionário, que tem maior poder aquisitivo dentro da empresa. Praticando um verdadeiro e perverso Apartheid Social.
E é pensando no fim da mais valia, que o movimento sindical, vai continuar buscando elevar a organização da classe operária, como saída para o enfrentamento ao capital.
Escrito por Alberto Evangelista, Presidente do Sindibeb.